Depois de uma itinerância que começou no Parque Ibirapuera em São Paulo, passou pela Trienal de Milão e mais recentemente por Sevilha, a Exposição da 10ª edição da Bienal Iberomaericana de Arquitetura e Urbanismo – X BIAU – chega a Portugal para a abertura das novas instalações da Casa da Arquitectura, onde estreia a programação da Galeria da Casa. A X BIAU vai estar patente até dia 4 de fevereiro de 2018.
Com o tema “Desplazamientos, Deslocamentos, Displacements” e comissariada pela dupla de arquitetos espanhóis Ângela García de Paredes e Ignacio G. Pedrosa, a bienal recebeu, nesta edição, um total de 1.111 projetos, dos quais foram premiados 26 projetos, seis livros, duas publicações e uma coleção de vídeos.
Muito marcada pela presença portuguesa, a exposição que agora chega a Matosinhos galardoou o arquiteto Eduardo Souto de Moura com o prémio Iberoamericano que distingue, em cada edição, um modus operandi consolidado no tempo.
O júri distinguiu Souto de Moura entre as 21 candidaturas inscritas a fim de reconhecer uma obra “cheia de emoção” e “o importante contributo de seu magistério nas universidades de diversos países”. Foram ainda valorizadas, na candidatura apresentada pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, as “enriquecedoras relações entre diferentes escalas, lugares e momentos” que as suas obras desenvolveram e a capacidade de experimentar novos materiais e estruturas.
Nesta edição há mais portugueses premiados cujas obras podem ser vistas na exposição. O atelier Aires Mateus, pela sede da EDP e pela Casa no Tempo, do Alentejo; atelier SAMI – um coletivo de Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira, com a casa E/C no Pico, Açores; João Mendes Ribeiro, Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos pelo Arquipélago, Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande, São Miguel, também nos Açores.
Dois livros de autores nacionais foram distinguidos na Categoria Publicações: “Uma Anatomia do Livro de Arquitectura” de André Tavares, da Dafne Editora e Canadian Centre for Architecture; e “A Idade Maior. Cultura e Tecnologia na Arquitectura Moderna Portuguesa” de Ana Tostões da FAUP Publicações.
A Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo é uma iniciativa do Ministério de Fomento do Governo Espanhol, que promove o intercâmbio de experiências entre os arquitetos e urbanistas dos países iberoamericanos assim como o debate sobre os grandes problemas que afetam a arquitetura e o urbanismo. Congrega 22 países sul-americanos mais Portugal e Espanha, cobrindo um território de 20 milhões de quilómetros quadrados onde vivem cerca de 700 milhões de pessoas.
Esta 10ª edição da BIAU conta com a colaboração do Consejo Superior de Colegios de Arquitectos de España (CSCAE) e da Fundação Arquia.
Os Comissários
Ángela García de Paredes (1958) e Ignacio G. Pedrosa (1957) são arquitetos pela ETSA de Madrid em 1982, onde são professores de Projeto Arquitetónico.
O seu trabalho foi reconhecido com a Medalha de Ouro de Mérito na Belas Artes de 2014, o Prémio Nacional de Arquitetura Espanhola 2007, Prémio Europeu de Intervenção no Património Arquitetónico AADIPA, Prémio Eduardo Torroja de Engenharia e Arquitetura, Prémio Mansilla COAM, Mediterranean Sustainable Architecture Award, Gold Medal International Prize for Sustainable Architecture, Prémio Arquitectura Comunidad de Madrid, Ar+d Award for Emerging Architecture, Prémio Europan, Menção Honrosa Europa Nostra, Piranesi Prix de Rome e são finalistas do Prémio Mies Van der Rohe e do Prémio Aga Khan.
São autores, entre outras obras, da Prefeitura de Valdemaqueda, Teatro Valle Inclán, em Madrid, Museu Arqueológico de Almeria, Auditório de Peñiscola, Espaço Torner em Cuenca, Villa Romana La Olmeda, Bibliotecas de Ceuta e Córdoba, e Auditorio de Lugo, todos eles primeiros prémios nas competições públicas.
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