Casa cheia na inauguração da Exposição "A Casa da Democracia"
“Este é um primeiro momento, de outros que se seguirão, de um conjunto de leituras sobre a relação entre o poder legislativo e a arquitetura, que vão englobar outras exposições mas também seminários e iniciativas diversas”, disse o Diretor-executivo da CA, Nuno Sampaio, referindo que para esta exposição foi convidada a curadora Susana Ventura, que aqui olha para a Assembleia da República como objeto de ensaio sobre a apropriação dos edifícios do Palácio de São Bento pelos diferentes regimes políticos.
Esta mostra foi uma outra forma de conhecer o Parlamento: através dos projetos dos vários edifícios desde 1834 e a forma como os vários regimes políticos se foram apropriando deles, mas também pelas fotografias de Paulo Catrica, que entrou em salas e espaços vedados ao grande público, que pôde ter um novo olhar sobre a Casa da Democracia portuguesa.
Susana Ventura, curadora da exposição, fez de cicerone na visita guiada à “Casa da Democracia”, cuja peça central foi um espaço elíptico que lembra o hemiciclo, desenhada por Luísa Bebiano, explicando que esta é uma tentativa de “pensar a Assembleia da República como objeto de ensaio sobre as relações entre espaço e poder, assim como de perceber “a forma como a arquitetura expressa um determinado projeto político”.
Dividida em quatro núcleos, a exposição apresentou-nos as diferentes apropriações do edifício consoante os regimes vigentes, nomeadamente, a Monarquia Constitucional, Primeira República, Estado Novo e Democracia. Uma diferente visão mesmo para aqueles que estão habituados a percorrer os corredores do Palácio. “Se queres conhecer bem a tua casa, é importante que saias dela”, lembrou o vice-presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão, também presente na cerimónia.
Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos e também ela uma profunda conhecedora dos meandros do Palácio, já que foi deputada parlamentar durante doze anos, não escondeu a satisfação por todos agora terem a oportunidade, mas também a obrigação, de conhecer o Parlamento.
“Mais do que uma exposição é uma oportunidade de celebrar uma parceria com a AR que é um marco importante para a história da arquitetura”, disse ainda o presidente da Casa da Arquitetura, José Manuel Dias da Fonseca.
A atual Assembleia da República, assento do Parlamento Português, foi cenário e palco de importantes movimentos sociais e regimes políticos que determinaram o nosso destino histórico: a Revolução Liberal de 1820, que dois anos depois deu origem à primeira Constituição Portuguesa; a abolição da Monarquia e consequente implantação da República em 1910; a ditadura do Estado Novo e o seu fim, após a Revolução de 25 de abril de 1974, com a desejada restauração da Democracia.
A história que o edifício acumula é igualmente inseparável da história da arquitetura portuguesa, remontando ao final do século XVI, aquando da fundação do Mosteiro de São Bento da Saúde, desenhado pelo Arquiteto Balthazar Álvares e considerado um dos mais relevantes exemplos do estilo chão devido à sua monumentalidade e marca territorial, o que terá, certamente, potenciado a sua posterior adaptação a Palácio das Cortes.
As histórias entrecruzam-se ao longo dos séculos, estimulando uma compreensão que não deve ater-se à sucessão dos acontecimentos para procurar pensar o próprio sentido do que é o espaço político no nosso presente. O sistema político condicionou, por diversas vezes, a arquitetura do edifício (incluindo a coreografia dos corpos e a iconografia) e do pedaço de cidade onde se insere, enquanto a arquitetura, por sua vez, contribuiu para a criação e afirmação de um centro de poder ou da cidade enquanto espaço de liberdade.
Esta mostra foi uma outra forma de conhecer o Parlamento: através dos projetos dos vários edifícios desde 1834 e a forma como os vários regimes políticos se foram apropriando deles, mas também pelas fotografias de Paulo Catrica, que entrou em salas e espaços vedados ao grande público, que pôde ter um novo olhar sobre a Casa da Democracia portuguesa.
Susana Ventura, curadora da exposição, fez de cicerone na visita guiada à “Casa da Democracia”, cuja peça central foi um espaço elíptico que lembra o hemiciclo, desenhada por Luísa Bebiano, explicando que esta é uma tentativa de “pensar a Assembleia da República como objeto de ensaio sobre as relações entre espaço e poder, assim como de perceber “a forma como a arquitetura expressa um determinado projeto político”.
Dividida em quatro núcleos, a exposição apresentou-nos as diferentes apropriações do edifício consoante os regimes vigentes, nomeadamente, a Monarquia Constitucional, Primeira República, Estado Novo e Democracia. Uma diferente visão mesmo para aqueles que estão habituados a percorrer os corredores do Palácio. “Se queres conhecer bem a tua casa, é importante que saias dela”, lembrou o vice-presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão, também presente na cerimónia.
Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos e também ela uma profunda conhecedora dos meandros do Palácio, já que foi deputada parlamentar durante doze anos, não escondeu a satisfação por todos agora terem a oportunidade, mas também a obrigação, de conhecer o Parlamento.
“Mais do que uma exposição é uma oportunidade de celebrar uma parceria com a AR que é um marco importante para a história da arquitetura”, disse ainda o presidente da Casa da Arquitetura, José Manuel Dias da Fonseca.
A atual Assembleia da República, assento do Parlamento Português, foi cenário e palco de importantes movimentos sociais e regimes políticos que determinaram o nosso destino histórico: a Revolução Liberal de 1820, que dois anos depois deu origem à primeira Constituição Portuguesa; a abolição da Monarquia e consequente implantação da República em 1910; a ditadura do Estado Novo e o seu fim, após a Revolução de 25 de abril de 1974, com a desejada restauração da Democracia.
A história que o edifício acumula é igualmente inseparável da história da arquitetura portuguesa, remontando ao final do século XVI, aquando da fundação do Mosteiro de São Bento da Saúde, desenhado pelo Arquiteto Balthazar Álvares e considerado um dos mais relevantes exemplos do estilo chão devido à sua monumentalidade e marca territorial, o que terá, certamente, potenciado a sua posterior adaptação a Palácio das Cortes.
As histórias entrecruzam-se ao longo dos séculos, estimulando uma compreensão que não deve ater-se à sucessão dos acontecimentos para procurar pensar o próprio sentido do que é o espaço político no nosso presente. O sistema político condicionou, por diversas vezes, a arquitetura do edifício (incluindo a coreografia dos corpos e a iconografia) e do pedaço de cidade onde se insere, enquanto a arquitetura, por sua vez, contribuiu para a criação e afirmação de um centro de poder ou da cidade enquanto espaço de liberdade.
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Inauguração da exposição Casa da Democracia: Entre Espaço e Poder © Casa da Arquitectura