A publicação é coordenada por Paulo Batista (CIDEHUS – Universidade de Évora) e Paulo Tormenta Pinto (DINÂMIA’CET-Iscte) e reúne sete artigos de oito autores de Portugal, Espanha e Brasil. O lançamento ocorreu no encerramento do 7.º Encontro Cidades, Arquitetura e Arquivos no Contexto Ibero-Americano, reunindo investigadores, arquitetos e arquivistas num momento de celebração da memória e da pesquisa em arquitetura. O livro aprofunda a reflexão sobre as relações entre arquitetura, arquivos e cultura, explorando o papel da documentação e dos processos arquivísticos na preservação da memória e na produção de conhecimento.

Entre os textos que integram a publicação, destaca-se “À Volta da Arquitectura: Televisão, arquivo e cultura arquitectónica”, de Alexandra Areia, que revisita programas televisivos de autoria de arquitetos portugueses como Nuno Portas, Manuel Graça Dias e José Mateus; “Arquivo em movimento”, de Joaquim Moreno, que analisa o potencial dos meios de comunicação na ativação do arquivo; e “Nachleben: Rainer Maria Rilke y la paradoja literaria de un archivo discontinuo”, de Carolina B. Garcia-Estévez, uma reflexão sobre o legado do poeta austríaco.

Do Brasil chegam os contributos de Rodrigo Cristiano Queiroz, com “O mobiliário de Gregori Warchavchik no acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo”, e de Monica Frandi Ferreira, com “A arquitetura revelada nos documentos de arquivo – O tratamento técnico dos processos de construção de obras particulares em Rio Claro”, destacando o trabalho desenvolvido nos arquivos públicos para garantir o acesso à informação arquitetónica.

De Portugal, Maria João Pires de Lima revisita o Arquivo SAAL Norte, sublinhando o seu papel pioneiro na preservação da memória habitacional do pós-25 de Abril, enquanto Hélia Silva e Tiago Borges Lourenço analisam os cadernos de encargos como fontes para o estudo da arquitetura lisboeta desaparecida entre 1900 e 1920.

O projeto, que desde a sua origem se afirma como um espaço de encontro entre arquitetos, arquivistas e investigadores, tem vindo a consolidar-se como um fórum de reflexão e partilha ibero-americano.

Na apresentação do livro, os coordenadores Paulo Batista e Paulo Tormenta Pinto, acompanhados por José Fonseca, Diretor do Departamento de Arquivo e Biblioteca da Casa da Arquitectura, destacaram o caráter coletivo da obra e a importância de garantir a preservação e difusão dos arquivos de arquitetura. “Esta publicação é o resultado de um diálogo que atravessa fronteiras disciplinares e geográficas. Os arquivos são espaços vivos, fundamentais para compreender e construir a memória coletiva”, afirmaram os editores científicos.