26 junho 2021
Catálogo Radar Veneza e debate "Representação e Diplomacia"
A primeira sessão do Programa Paralelo da exposição Radar Veneza – Arquitetos Portugueses na Bienal 1975-2021 decorreu no dia 26 de junho, às 18h30, com o lançamento do Catálogo homónimo da exposição e o primeiro de três debates que vão realizar-se até ao término da mostra, prevista para 10 de outubro.
A sessão foi presencial e transmitida online em direto no Youtube e Facebook da Casa da Arquitectura. “Representação e Diplomacia” foi o tema que esteve em cima da mesa, com a participação de Américo Rodrigues (Diretor Geral das Artes), Isabel Carlos (crítica de arte) e Teresa Novais (Arquiteta e docente universitária), com moderação de Joaquim Moreno, cocurador da exposição “Radar Veneza – Arquitetos Portugueses na Bienal 1975-2021”.
A propósito do tema em debate, vale a pena relembrar as palavras de Joaquim Moreno e Alexandra Areia, que assinam a curadoria da exposição. “Radar Veneza torna visível o eco internacional do trabalho dos arquitectos portugueses e questiona a sua representatividade, competitividade e diplomacia.
Os ecos dos arquitectos portugueses na bienal incluem as participações nas exposições centrais e as representações nacionais, permitindo comparações entre a história mais breve da promoção oficial, com patrocínio público, e a vasta representatividade dos autores nacionais com a profundidade temporal dos 45 anos do título. Combinadas, permitem olhar os encontros e desencontros entre os debates nacionais e internacionais. O panorama dos grandes eventos cíclicos da cultura arquitectónica oscila entre o laboratório que prospecta e interroga o presente e a competição entre autores ou nações que aparentemente organiza uma hierarquia de valor através da premiação, entre a construção colectiva de um horizonte partilhado e a ritualização do conflito em que efectivamente só pode ganhar um. O regresso das representações nacionais em 1991 e dos Leões de Ouro e Prata importados do festival de cinema em 1996 marcou o regresso à Bienal de Veneza desta complexa dialética. Desde então muitas representações se debatem com este conflito, questionando se os pavilhões nacionais são pedaços de pátrias longínquas encrustados nos Jardins da Bienal ou se são lugares de experimentação abertos e internacionais. A representação Portuguesa, nómada e incerta, sempre explorou outros territórios, outras fronteiras e outras porosidades. Interrogar a representação nacional é também interrogar a diplomacia cultural, e enunciar a distinção entre diplomacia e promoção cultural; diferença tão importante na construção de um lugar internacional para os arquitectos portugueses. A diplomacia é o concerto das nações, e o conflito, cultural ou comercial, o seu oposto. A pergunta diplomática ao campo sem fronteiras do varrimento do radar Veneza é então como estar em diálogo, como fazer parte de um mundo mais vasto e mais decente, onde a arquitectura possa estar tão perto da sociedade quanto possível.”
Catálogo Radar Veneza
O Catálogo “Radar Veneza” (versões PT/EN) esteve à venda (40 euros), autografado, nos dias 26 e 27 junho (fim de semana de lançamento). Trata-se de um volume de 400 páginas com ensaios inéditos de Alexandra Areia, Joaquim Moreno e Léa-Catherine Szacka e 32 entrevistas transcritas aos protagonistas das participações portuguesas na Bienal entre 1975 e 2021, 24 desenhos dos 24 objetos/grandes modelos apresentados na exposição e uma linha temporal – espaço para uma visão panorâmica das transformações, capaz de comunicar ideias e contextos gerais de cada Bienal e as circunstâncias específicas de cada representação nacional. Fazendo uma análise crítica das muitas formas como o Portugal democrático expôs e se expôs lá fora, procurou-se ver pelos olhos dos outros, através dos convites que a Bienal foi fazendo a arquitetos, gabinetes e artistas, os contextos gerais de cada Bienal e as circunstâncias específicas de cada representação nacional. Publicado em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES) que depositou na Casa da Arquitectura o acervo das representações portuguesas na Bienal de Arquitetura de Veneza, este livro reúne projetos e contributos de alguns dos nomes mais considerados da arquitetura portuguesa.
A propósito do tema em debate, vale a pena relembrar as palavras de Joaquim Moreno e Alexandra Areia, que assinam a curadoria da exposição. “Radar Veneza torna visível o eco internacional do trabalho dos arquitectos portugueses e questiona a sua representatividade, competitividade e diplomacia.
Os ecos dos arquitectos portugueses na bienal incluem as participações nas exposições centrais e as representações nacionais, permitindo comparações entre a história mais breve da promoção oficial, com patrocínio público, e a vasta representatividade dos autores nacionais com a profundidade temporal dos 45 anos do título. Combinadas, permitem olhar os encontros e desencontros entre os debates nacionais e internacionais. O panorama dos grandes eventos cíclicos da cultura arquitectónica oscila entre o laboratório que prospecta e interroga o presente e a competição entre autores ou nações que aparentemente organiza uma hierarquia de valor através da premiação, entre a construção colectiva de um horizonte partilhado e a ritualização do conflito em que efectivamente só pode ganhar um. O regresso das representações nacionais em 1991 e dos Leões de Ouro e Prata importados do festival de cinema em 1996 marcou o regresso à Bienal de Veneza desta complexa dialética. Desde então muitas representações se debatem com este conflito, questionando se os pavilhões nacionais são pedaços de pátrias longínquas encrustados nos Jardins da Bienal ou se são lugares de experimentação abertos e internacionais. A representação Portuguesa, nómada e incerta, sempre explorou outros territórios, outras fronteiras e outras porosidades. Interrogar a representação nacional é também interrogar a diplomacia cultural, e enunciar a distinção entre diplomacia e promoção cultural; diferença tão importante na construção de um lugar internacional para os arquitectos portugueses. A diplomacia é o concerto das nações, e o conflito, cultural ou comercial, o seu oposto. A pergunta diplomática ao campo sem fronteiras do varrimento do radar Veneza é então como estar em diálogo, como fazer parte de um mundo mais vasto e mais decente, onde a arquitectura possa estar tão perto da sociedade quanto possível.”
Catálogo Radar Veneza
O Catálogo “Radar Veneza” (versões PT/EN) esteve à venda (40 euros), autografado, nos dias 26 e 27 junho (fim de semana de lançamento). Trata-se de um volume de 400 páginas com ensaios inéditos de Alexandra Areia, Joaquim Moreno e Léa-Catherine Szacka e 32 entrevistas transcritas aos protagonistas das participações portuguesas na Bienal entre 1975 e 2021, 24 desenhos dos 24 objetos/grandes modelos apresentados na exposição e uma linha temporal – espaço para uma visão panorâmica das transformações, capaz de comunicar ideias e contextos gerais de cada Bienal e as circunstâncias específicas de cada representação nacional. Fazendo uma análise crítica das muitas formas como o Portugal democrático expôs e se expôs lá fora, procurou-se ver pelos olhos dos outros, através dos convites que a Bienal foi fazendo a arquitetos, gabinetes e artistas, os contextos gerais de cada Bienal e as circunstâncias específicas de cada representação nacional. Publicado em parceria com a Direção-Geral das Artes (DGARTES) que depositou na Casa da Arquitectura o acervo das representações portuguesas na Bienal de Arquitetura de Veneza, este livro reúne projetos e contributos de alguns dos nomes mais considerados da arquitetura portuguesa.
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