08 abril 2022 a 29 janeiro 2023
Flashback / Carrilho da Graça
Patente ao público entre 8 de abril 2022 até 29 de janeiro de 2023, a Exposição "Flashback / Carrilho da Graça" teve curadoria de Marta Sequeira.
Tendo como base o acervo relativo a mais de 40 anos de trabalho depositado pelo arquiteto na Casa da Arquitectura, "Flashback / Carrilho da Graça" permitiu reviver o momento da elaboração de vários projetos representados através de desenhos, filmes, maquetas e fotografias, a que se somaram diversas referências externas à sua obra provenientes de museus e coleções privadas nacionais e internacionais, convidando à exploração do processo criativo do arquiteto.
Lista de Obras de Carrilho da Graça em Exposição
Casa Fonte Fria (1985–1988)
Piscina Municipal de Campo Maior (1982–1990)
Escola Superior de Comunicação Social (1987–1993)
Adaptação e Extensão do Mosteiro de Flor da Rosa (1990–1995)
Pavilhão do Conhecimento (1995–1998/2005–2011)
Igreja de Santo António e Centro Social de São Bartolomeu (1993–2008)
Teatro e Auditório de Poitiers (2000–2008)
Ponte Pedonal sobre a Ribeira da Carpinteira (2003–2009)
Musealização da Área Arqueológica da Praça Nova do Castelo de São Jorge (2008–2010)
Terminal de Cruzeiros de Lisboa (2010–2018)
Texto da Curadora
Em dezembro de 2020, o arquiteto João Luís Carrilho da Graça (Portalegre, 1952) transferiu o seu ateliê para um novo espaço na Rua de Santo António à Estrela, em Lisboa. Há mais de quarenta anos que habitava intensamente as salas de dois amplos apartamentos de um edifício da Calçada Marquês de Abrantes, na mesma cidade. Sempre que principiava um projeto, Carrilho da Graça despia as paredes de uma dessas salas. A partir desse momento inaugural, asséptico e fundador, nasciam alguns desenhos, mas também enormes maquetas que, parecendo aspirar à escala real da obra, preenchiam totalmente o espaço daquele ateliê. Estes modelos tridimensionais eram então rodeados por referências várias — muitas vezes externas à própria disciplina da Arquitetura — que alimentavam a sua produção.
À semelhança das mesas de trabalho do ateliê de Carrilho da Graça, as superfícies horizontais que constituem a cenografia desta primeira retrospetiva da sua obra suportam vestígios vários, que iluminam algumas das suas bases conceptuais. Esta exposição permite ao visitante reviver o momento da elaboração de dez projetos — numa seleção que vai do Terminal de Cruzeiros de Lisboa (2010–2018) à Casa Fonte Fria (1985–1988). Estes projetos são aqui representados através de desenhos, maquetas e fotografias pertencentes ao Acervo Carrilho da Graça, recentemente depositado na Casa da Arquitectura, mas também por um conjunto de filmes, expressamente elaborados para esta exposição por André Cepeda, Catarina Mourão e Tiago Casanova, a que se junta um filme de Salomé Lamas, que retratam as obras construídas.
Carrilho da Graça acredita que todas as disciplinas trabalham sobre o mesmo tipo de preocupações, e que a partir de cada uma, e das suas ferramentas, é possível chegar a conclusões e descobertas próximas entre si. Por isso, são aqui apresentados textos, desenhos, maquetas, pinturas, esculturas e filmes produzidos noutros contextos e por outros autores: desde Blue, Red, Yellow (2019), de Julião Sarmento, a Architectone: Alpha (1923), de Kazimir Malevich. Estas referências, presentes na coleção particular de Carrilho da Graça, mas também em diversos museus e coleções privadas, nacionais e internacionais, são aqui reunidas pela primeira vez, criando uma hipótese de corporalização do seu processo criativo. A apresentação sincrónica de obras e referências permite leituras comparativas e relações de grande intensidade, algumas estrategicamente calculadas, outras deliberadamente imprevistas.
O título Flashback remete naturalmente para um carácter antológico, mas a recapitulação do trabalho de Carrilho da Graça forma, ao mesmo tempo, um naipe de alianças instrumentais para o futuro da Arquitetura. Além de conservar a presença do que foi feito, esta exposição traz igualmente a promessa de tudo o que está por fazer. Chegados ao fim do percurso expositivo, e fazendo o trajeto inverso, estaremos, como no título do livro de artista de Lawrence Weiner, «WITHIN FORWARD MOTION».
Saiba mais aqui.
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Debate Flashback 2022 - 1977 (09 abr. '22)
Debate Construtivismo Revisitado (28 mai. '22)
Conferência de Carrilho de Graça "Within Forward Motion" (28 jan '23)
Ficheiros Audio
Spot Antena 1
Visita virtual
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Em dezembro de 2020, o arquiteto João Luís Carrilho da Graça (Portalegre, 1952) transferiu o seu ateliê para um novo espaço na Rua de Santo António à Estrela, em Lisboa. Há mais de quarenta anos que habitava intensamente as salas de dois amplos apartamentos de um edifício da Calçada Marquês de Abrantes, na mesma cidade. Sempre que principiava um projeto, Carrilho da Graça despia as paredes de uma dessas salas. A partir desse momento inaugural, asséptico e fundador, nasciam alguns desenhos, mas também enormes maquetas que, parecendo aspirar à escala real da obra, preenchiam totalmente o espaço daquele ateliê. Estes modelos tridimensionais eram então rodeados por referências várias — muitas vezes externas à própria disciplina da Arquitetura — que alimentavam a sua produção.
À semelhança das mesas de trabalho do ateliê de Carrilho da Graça, as superfícies horizontais que constituem a cenografia desta primeira retrospetiva da sua obra suportam vestígios vários, que iluminam algumas das suas bases conceptuais. Esta exposição permite ao visitante reviver o momento da elaboração de dez projetos — numa seleção que vai do Terminal de Cruzeiros de Lisboa (2010–2018) à Casa Fonte Fria (1985–1988). Estes projetos são aqui representados através de desenhos, maquetas e fotografias pertencentes ao Acervo Carrilho da Graça, recentemente depositado na Casa da Arquitectura, mas também por um conjunto de filmes, expressamente elaborados para esta exposição por André Cepeda, Catarina Mourão e Tiago Casanova, a que se junta um filme de Salomé Lamas, que retratam as obras construídas.
Carrilho da Graça acredita que todas as disciplinas trabalham sobre o mesmo tipo de preocupações, e que a partir de cada uma, e das suas ferramentas, é possível chegar a conclusões e descobertas próximas entre si. Por isso, são aqui apresentados textos, desenhos, maquetas, pinturas, esculturas e filmes produzidos noutros contextos e por outros autores: desde Blue, Red, Yellow (2019), de Julião Sarmento, a Architectone: Alpha (1923), de Kazimir Malevich. Estas referências, presentes na coleção particular de Carrilho da Graça, mas também em diversos museus e coleções privadas, nacionais e internacionais, são aqui reunidas pela primeira vez, criando uma hipótese de corporalização do seu processo criativo. A apresentação sincrónica de obras e referências permite leituras comparativas e relações de grande intensidade, algumas estrategicamente calculadas, outras deliberadamente imprevistas.
O título Flashback remete naturalmente para um carácter antológico, mas a recapitulação do trabalho de Carrilho da Graça forma, ao mesmo tempo, um naipe de alianças instrumentais para o futuro da Arquitetura. Além de conservar a presença do que foi feito, esta exposição traz igualmente a promessa de tudo o que está por fazer. Chegados ao fim do percurso expositivo, e fazendo o trajeto inverso, estaremos, como no título do livro de artista de Lawrence Weiner, «WITHIN FORWARD MOTION».
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